Festas
a São João
na
cidade do
Porto
- Portugal
23/24
de Junho
Trabalho
e pesquisa de
Joaquim
Marques
João
Batista por Bartolomeo Veneto século 16
João Baptista nasceu
na Judeia, 2 a.C. — 27 d.C. filho do
sacerdote Zacarias e Isabel,
prima de Maria, mãe de Jesus.
Foi um pregador judeu do início do século I,
foi profeta e é considerado, principalmente pelos cristãos ortodoxos, como o
"precursor" do prometido Messias,
Jesus Cristo. Baptizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio Jordão,
e introduziu o baptismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais
tarde foram adoptados pelo cristianismo.
O
Batismo de Cristo, quadro dos
artistas Andrea
del Verrocchio e
Leonardo
da Vinci que mostra São
João Batista batizando Jesus
Cristo.
MÊS DE JUNHO
© Joaquim
Marques
Mês de Junho em Portugal
é mês de festas,
consagradas
aos três Santos populares.
De Norte a Sul, há rusgas,
aos três Santos populares.
De Norte a Sul, há rusgas,
há marchas, há
cantares...
Quem fica em casa,
Quem fica em casa,
diz o povo, que não
presta!...
Santo António é padroeiro
e rei da festa em Lisboa.
São João, é reverenciado
São João, é reverenciado
e tem sua noitada no Porto.
Nessas noites, dança o novo,
Nessas noites, dança o novo,
o velho e até o torto...
E até ao romper do novo dia
E até ao romper do novo dia
anda tudo numa
boa!..
Confundindo-se com as
estrelas,
no ar giram
balões...
Por todo o lado se
ouvem
foguetes a
estralejar.
Há corpos cansados de
farrar
mas, alegres
estão seus corações...
Por fim, vem São Pedro
e, com chave d'ouro fecha
a porta!..
Ele, que é fervorosamente
venerado pelos homens do
mar,
põe um basta, na
bagunça...
E não quer mais
confusões...
Portugal
2012
Junho - São João do Porto
É nesta data que a
cidade veste-se de cor, cheira a tradição, se enche de alegria e se transforma
num imenso abraço acolhendo milhares de pessoas num convívio inigualável e
inesquecível para festejar São João.
Trata-se de uma festa cheia de tradições, das quais se destacam o
lançamento de balões de
ar quente, os martelos de plástico usados para bater nas cabeças das pessoas que
passam, os alhos-porros,
os ramos de cidreira e de limonete, usados para pôr na cara das pessoas que
passam.
O martelo de S. João foi inventado em 1963 por Manuel António
Boaventura, industrial de Plásticos do Porto, que tirou a idéia num
saleiro/pimenteiro que viu numa das suas viagens ao estrangeiro. O conjunto de
sal e pimenta tinha o aspecto de um fole ao qual adicionou um apito e um cabo
vindo a incorporar tudo no mesmo conjunto e dando-lhe a forma de um martelo. O
objectivo inicial era criar mais um brinquedo a adicionar à gama de que
dispunha.
Existem, ainda, os tradicionais saltos sobre as fogueiras
espalhadas pela cidade, normalmente nos bairros mais tradicionais; os vasos de
manjericos
com versos populares são uma presença constante nesta grande festa e o
tradicional fogo de
artifício à meia-noite, junto ao Rio
Douro e à ponte Dom
Luís I que faz as delícias dos milhares de residentes e visitantes
que chegam de todo o mundo para assistir.
O fogo de artifício chega a durar mais de 40 minutos, estando ao nível
dos melhores no mundo, e decorre no meio do rio em barcos especialmente
preparados, sendo acompanhado por música num espectáculo multimédia muito belo e
digno de se ver.
Além de tudo isto, existem vários arraiais populares, em bairros
tradicionais como Fontainhas,
Miragaia, Massarelos, entre outros, dando mais animação e brilho durante a noite. Nos
arraiais, normalmente, existem concertos com diversos cantores populares
acompanhados, quase sempre, por boa comida, em especial, grelhados de sardinhas
e carnes.
Nas Igrejas e
Capelas é possível, particularmente nesta altura, visitar os altares em honra do
Santo, desfrutando das expressões artísticas de conceituados mestres nacionais e
internacionais
Nas ruas, as
cascatas, únicas em Portugal, chamam a atenção de quem passa para uma tradição
que representa, em miniatura, lugares da cidade e costumes de outros tempos, com
casas, caminhos traçados de areia e musgo, figuras de barro pintadas de cores
vivas que representam as pessoas no seu quotidiano, laborando nas suas
profissões, muitas delas já desaparecidas, e animais que nos dias de hoje já não
se vêm nas cidades, sendo a mais famosa de todas a cascata das
Fontainhas.
No programa de
festas há sempre tempo para a competição, presente na já tradicional regata de
barcos rabelos, que percorre uma extensão de 1,5 km, desde a Foz do Douro até à
Ponte Luís I, na Ribeira, na corrida de S. João, nos concursos de cascatas, nos
concursos de montras, no concurso de rusgas e no de quadras populares alusivas
ao S. João.
Quadras de São João:
Sâo João é madrugada,
Passam ranchos, já sem voz;
Mas na cinza da abrasada,
Canta a saudade por nós!...
Já não cintilam fogueiras,
vão caindo as orvalhadas
E as ilusões derradeiras
São alcachofras queimadas
Não faças da minha vida
Uma fogueira apagada...
Se custa acender o lume
Mante-lo não custa nada!...
Os tradicionais
balões de S. João, feitos em papel e em cores variadas são cuidadosamente
lançados em direcção ao céu, proporcionando um espectáculo ímpar de centenas de
pontos de luz.
Na noite da Festa
ou no dia de São João come-se caldo verde com broa, carneiro, anho ou sardinha
assada, salada de pimentos e, para sobremesa, leite-creme ou bolo de S. João,
devidamente acompanhado do delicioso Vinho do Porto.
A noite de S. João
termina na Foz do Douro, com o povo a rumar em direcção ao mar até ao nascer do
dia.
"São João
Batista"
óleo sobre tela,de Caravaggio c 1600, 102,5x83 cm
Öffentliche Kunstsammlung, Basiléia.
óleo sobre tela,de Caravaggio c 1600, 102,5x83 cm
Öffentliche Kunstsammlung, Basiléia.